Veja o que você precisa saber sobre recessões gengivais antes de realizar as devidas restaurações, bem como a relação entre a identificação da JCE e o êxito da terapia, continue lendo…
A terapêutica periodontal tem evoluído muito nos últimos anos. Antigamente, o objetivo principal era apenas restabelecer a saúde gengival, mas não existia preocupação quanto às possíveis sequelas ocasionadas pelo tratamento.
Hoje em dia, os procedimentos são realizados de maneira menos invasiva para manter os padrões estéticos periodontais ou até mesmo recuperá-los.
A recessão gengival está presente em diversos pacientes no dia a dia do cirurgião-dentista, podendo ser uma queixa importante por provocar não apenas o efeito anti-estético de coroas alongadas, mas principalmente pela hipersensibilidade e exposição de uma estrutura vulnerável às agressões do biofilme bacteriano, a superfície radicular. Ela pode se apresentar clinicamente como localizada ou generalizada e estar associada a uma ou mais superfícies dentárias.
Estima-se que mais de 60% da população mundial apresenta este tipo de defeito, segundo Dominiak e Gedrange, 2014. Portanto, compreender as causas que levam a essas recessões, saber diagnosticá-las e realizar o tratamento adequado de acordo com as individualidades de cada paciente é importante para oferecer a ele uma melhor qualidade de vida e bem-estar.
O tratamento destas recessões é cada vez mais frequente, mesmo em pacientes com alto padrão de higiene bucal. Geralmente, o recobrimento radicular é um procedimento cirúrgico, incluído na cirurgia plástica periodontal, indicado para o tratamento de recessões gengivais em pacientes que apresentam sinais e sintomas resultantes da exposição radicular, tais como hipersensibilidade dentária ou comprometimentos estéticos, conforme Del Pizzo et al., 2005. Além disso, o resultado deve ser positivo e eficaz a longo prazo.
Um estudo recente mostrou que um retalho coronário é uma abordagem segura e previsível para a cobertura radicular exposta. A associação de um enxerto de tecido conjuntivo ou de proteínas derivadas da matriz do esmalte a um retalho de reposicionamento coronal constituem opções terapêuticas vantajosas no recobrimento radicular.
Mas, antes mesmo de propor um tratamento, é essencial realizar um correto diagnóstico e um planejamento adequado para se obter um resultado satisfatório.

A JCE é o principal ponto de referência para estabelecer um diagnóstico correto e planejar o tratamento adequado, pois se ela não for identificada, é difícil avaliar a verdadeira profundidade da recessão gengival, e o diagnóstico se torna menos confiável. Além disso, a localização imprecisa dificulta até mesmo o procedimento de sutura.
Então, o que fazer?
Você já se deparou com a necessidade de restaurar múltiplas lesões cervicais não cariosas no seu consultório antes do recobrimento radicular, não é mesmo?
Para realizar este tratamento, é preciso além de ter consciência da necessidade de restaurar essas estruturas, saber diferenciar o que é perda de estrutura mineral da coroa do que é perda de estrutura do periodonto de suporte e de proteção.
Além disso, como você viu, a identificação da JCE é essencial!
Sendo assim, é importante saber como fazê-la da maneira correta. Uma alternativa é utilizar um dente homólogo contralateral ou dentes adjacentes para identificar o nível de JCE perdido.
Ou seja, um bom diagnóstico é fundamental, mas além disso, é importante realizar um planejamento minucioso principalmente quando a terapia envolve procedimentos cirúrgicos para o recobrimento radicular.
Saiba por que seguir essas e outras recomendações e como obter os melhores resultados em seus procedimentos.
Nós disponibilizamos uma videoaula exclusiva sobre o assunto! Acesse agora mesmo:
REFERÊNCIAS:

Francesco Cairo; Giovan Paolo Pini-Prato. A Technique to Identify and Reconstruct the Cementoenamel Junction Level Using Combined Periodontal and Restorative Treatment of Gingival Recession. A Prospective Clinical Study. Volume 30, Number 6, 2010.

 

PROIMPERIO_CAMPANHA02_BLOG_CTA_V2_ISA